Os planos de previdência privada são um dos ativos mais conhecidos pelos brasileiros. Segundo uma pesquisa do SPC – Brasil, em 2017, cerca de 12 % dos investidores nacionais possuíam plano de previdência. É o terceiro investimento mais realizado no Brasil, ficando na frente até mesmo de produtos de renda fixa como CDB e LCI/LCA. Só ficam atrás da caderneta de poupança e fundos de investimentos, respectivamente.
A média de rentabilidade dos fundos de previdências privadas em 2018, segundo o Site Guru Prev, foi em torno de 106 % do CDI até o mês de Outubro. Porém, existe o mito que planos de previdências privadas não são tão rentáveis e que é melhor aplicar em outras categorias de investimentos para longo prazo, uma vez que é possível conseguir em torno de 120% do CDI em um CDB pós-fixado de longo prazo, nas principais distribuidoras de investimentos do País.
Com tais informações, surge a seguinte pergunta: Vale a Pena investir em uma previdência privada? Se o objetivo do investidor for criar um patrimônio financeiro ao longo dos anos, vale muito a pena!
No mercado brasileiro de investimentos, existem muitas opções de planos de previdências. Muito desses planos aportam seus recursos exclusivamente em fundos bem geridos e que apresentam rentabilidades satisfatórias para o seu nível de risco. Assim, as opções de aplicações na previdência privada são muitas, podendo ser das diversas categorias de risco e rentabilidade: fundos de renda fixa, multimercados (de alto, baixo ou médio risco) e fundos de ações.
Apesar de poderem conseguir o mesmo desempenho dos demais fundos abertos, a previdência privada leva vantagem sobre tais fundos devido a dois fatores: a tributação do imposto de renda de forma diferenciada, que ocorre em dois modelos – tabela progressiva e tabela regressiva; e a não existência do come-cotas.
Em relação às tabelas de tributação, a progressiva segue a mesma regra de tributação salarial, isto é, quanto maior o montante do rendimento, maior será o imposto de renda cobrado, podendo chegar até 27,5%. Já a tabela regressiva, começa com uma alíquota de 35% e a cada dois anos de vencimento dos recursos aplicados, a alíquota cai em 5 pontos percentuais e após 10 anos de aniversário, os recursos serão tributados na alíquota mínima de 10%. Para o objetivo de formação de patrimônio financeiro, a tabela regressiva é a opção mais adequada e possui alíquota mínima menor que as dos demais fundos – que é 15%.
Nos planos de previdência não incide os chamados come-cotas – prática onde o governo cobra 15% de imposto de renda, no último dia dos meses de maio e novembro sobre a rentabilidade dos fundos de investimentos. Isso permite que os recursos que estariam sob posse do Governo, fiquem rentabilizando para a formação patrimonial do investidor.
Dessa forma, tanto pela tabela de tributação diferenciada, quanto pela não ocorrência do come-cotas, no longo prazo, um plano de previdência torna – se mais competitivo do que um fundo comum, de mesma categoria de risco e estratégia de investimentos.
Os planos de previdências privados possuem duas categorias: VGBL e PGBL. No VGBL a tributação é feita sobre a rentabilidade do plano e é indicado para investidores que não fazem a declaração completa de imposto de renda. O PGBL, por sua vez, possui isenção fiscal em até 12 % da renda tributável do investidor, porém, no resgate do fundo, a alíquota de imposto de renda ocorre sobre o patrimônio total na alíquota de acordo com a tabela de tributação escolhida. O PGBL é indicado para investidores que realizam a declaração completa de imposto de renda, assim, o investidor postergará parte do pagamento de seu imposto e ao invés dos recursos irem para o governo, ficarão rentabilizando no plano do investidor até o resgate. Porém, para que o PGBL seja vantajoso, o investidor deve possuir a disciplina de reaplicar todo ano na previdência os abatimentos fiscais que ele obteve com as contribuições no plano.
Assim, no horizonte de longo prazo, o VGBL e o PGBL, devido às suas vantagens fiscais (tabela de tributação diferenciada e não existência do come cotas) superariam em rentabilidade os demais fundos de investimentos abertos, da mesma categoria de risco e estratégia de investimentos. Levando em consideração a vantagem de dedução fiscal que o PGBL possui, o mesmo se torna mais vantajoso que o VGBL.
Primeiro, é preciso ter em mente o horizonte e o objetivo de suas aplicações financeiras. Se for para o longo prazo, no intuito de formar um patrimônio financeiro, então fará sentido diversificar uma parte da cesta de investimentos em um plano de previdência privado. Depois de definir estes pontos, o investidor deverá procurar a ajuda de um especialista em investimentos, pois o mesmo saberá quais são os melhores planos de previdências que o mercado disponibiliza para o seu perfil de risco, qual a proporção da cesta que o mesmo deve diversificar em previdência e qual categoria de plano é mais viável (PGBL ou VGBL). Assim, ajudando o investidor possuir a melhor rentabilidade que o mercado pode oferecer – para o seu perfil de risco e necessidade de liquidez – e aproveitar as vantagens que as diversas categorias de investimentos pode promover ao investidor.
E claro, se não quiser se preocupar em planejar sua carteira de investimentos, se cadastre aqui no Patrimoney!